Estudo do olhar (in)visível
Óleo espatulado porRudá
“O índio é invisível, invisibilizado, perde a voz, perde o foco, perde a imagem, desaparece afogado no mar da burocracia, afogado no mar das palavras, vai sumindo aos poucos. É como um grito no silêncio da noite, ninguém sabe de onde veio, ninguém sabe onde encontrar. Os povos indígenas sempre foram invisíveis para o mundo. Aquele ser humano que passa fome, passa sede, que é massacrado, perseguido, morto lá na floresta, nas estradas, nas aldeias, este não existe. Para o mundo de fora existe aquele índio exótico que usa cocar, que dança, que canta, coisas para turista ver. Aquele que está lá na aldeia sofre da doença de ser invisível”. (Palavras de Almires Martins (guarani) no vídeo Ymá Nhandehetama (2015)).